Por enquanto está um desânimo tão grande, que nem dele dá pra falar, fazer virar texto pra descarregar.
Dando uma atualizada, os textos não se enviam sozinhos, e prometo que venho com coisa nova. Prometo Ninha, prometo!
Calça de moletom cinza larga, blusa branca caída nos ombros porque ela mesma cortou com tesoura. Pintora, umas unhas roídas, outras grandes pintadas de vermelho, as vezes descascando. Mora num apartamento minúsculo com Madeira bem envernizada. Dois andares: o de cima basicamente quarto, escritório e banheiro, dando vista pro de baixo, uma área ampla sem divisões, onde ela espalhou suas telas e respingou tinta por todos os lados. Só fica salva da bagunça a cozinha, apesar da geladeira que foi aberta com mãos manchadas, e é coberta de desenhos e lembretes. Memória fraca, muita coisa a fazer, um poema com autor desconhecido. Um desenho da sobrinha. Ela mesma é solteira, com seus casos e descasos amorosos. Misteriosa, atrapalhada daquelas que fecham a porta do forno com um chute e dorme com a roupa do corpo. Diz que não usa celular, que não acredita na tecnologia caótica só pra ser mais exótica. Tem um aparelhinho simples, mas não gosta de ser perseguida. Usa um telefone bege fixo com viva-voz, apoiado num banco alto no meio da sala; uma ou duas mensagens quando chega em casa. Almoça comida congelada, assiste tv tomando sorvete direto no pote e ama rir. É, quando fica alegre balança os cachos castanhos e olha pra cima. Da pulinhos, ou rola, ate ficar de cabeça pra baixo, vendo como tudo fica mais atraente quando fica do jeito que não é.
Do jeito dela, como seria?
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