Vejo baianas fazendo oferendas pra Iemanjá
e penso cadê os meus pés no mar?
Penso na dança dos ciganos e nômades
e desejo sair logo desse lugar
Penso em tudo que ainda tenho pra andar
e quão rápido o tempo há de passar
Aposto no futuro esperando que a aposta
dê resultados pra já
Vejo céu e mar balançados
vejo pernas e braços molhados
apertados na rede
se secando pra de novo molhar
vejo diplomas e guardanapos dobrados
na mesa da sala e na mesa do bar
vejo discursos mais apaixonados
e silêncios aprendendo a falar
vejo meios-amores e um amor no meio
e penso quão bom isso pode ser de ruim
o que é que eu tanto faço
pra ser meio amada assim?
vejo caminhos meio traçados
com um milhão de pedaços
a dançarem em volta de mim
espero que tenha mais tempo na vida
espero que a vida tenha mais tempo pra dar
espero que o tempo dilate na felicidade
e deixe a ruindade pra lá
espero que eu pare de esperar
pra que tudo que me espera resolva chegar
Um comentário:
Ninha, acho que essa foi a coisa mais linda que cê já escreveu. Tô aqui toda derretida e sendo consumida pela saudade.
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