No arrefecimento das minhas vontades , quando a esperança ia devagar ao encontro da morte - seria mesmo ela a última que morre? Ou é sua ruína que faz sucumbir todo o resto? - Como seja, o que é certo é que quando me aproximava de pular no vão do desapontamento, esparge da já fina fresta a existência daquilo que procurava, dessa vez em um vão diferente. Sopra em mim todo o ar, que arrulha:
Ainda há fogo que não cedeu às águas estéreis.
Fogo que teimou em arder sem se render ao vão; um vão que nesse contexto já não posso atribuir nenhum dos significados anteriores, pois carrega um outro peso: o comum à maioria medíocre e inepta, que existe, mas nada é.
E digo com certeza, com a voz de quem passou por esse breve, mas incitante contentamento:
A esperança só vem de quem é.
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