Os olhos parecem tão fixos, mas você sabe que treme, ali bem discreto, tentando disfarçar. Você sabe que a pálpebra faz força pra não se entregar. Olhos outros, fixamente iriam olhar. Olhar descarado, sem satisfação pra dar.
Um sorri despretensioso, o outro pretende forçar. Um tem os olhos honestos, o outro, do fundo do mar.
Um faz que pode, que é rei, o outro quer que se foda toda lei.
Um se abre até não ter mais tamanho, o outro engole seu pranto.
São tão fortes e frágeis criaturas, mas bem sabemos, ali não tem nenhum santo.
Tudo e nada que sei. Um, dois, um meio, número torto e gauche que já amei.
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