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É preciso estar atento e forte: a má notícia é que as coisas mudam. Calma, a boa notícia é que as coisas mudam.
No meio disso tudo, eu escrevo...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

You blink and It's back.

Um mês abandonado, eu sei. Me desculpa, às vezes um dia sem alguém, sem algo, sem porque já é amargo. Mas eu volto, como tudo volta um dia, mesmo que diferente.

Falando em atualização, acho que não faz mal divulgar um pouco da minha experiência pessoal de ter ido à exposição
Mulheres Reais - Modas + Modos no Rio de Dom João VI.

Visão frontal da primeira sala da exposição, na Galeria Alberto da Veiga Guignard


Montada em Belo Horizonte no Palácio das Artes até ontem - dia da minha visita, antes tarde do que nunca - a exposição remonta o universo feminino do período de mudança da corte portuguesa para o Brasil, além de destacar as diferenças de vestuário ao longo do tempo diretamente relacionada à mudança de pensamento da sociedade da época, com a Revolução Francesa e ascensão da burguesia - que substituiu os exuberantes trajes reais por peças de caráter mais simples, com o objetivo de passar à imagem de proximidade entre a nobreza e a burguesia.


Reprodução do vestuário de D.Maria I

Além disso, são também expostos e devidamente explicados o vestuário das escravas alforriadas do Brasil - com seus tecidos pesados, colares de ouro e amuletos - e mulheres da colônia em sua tentativa de reproduzir a moda européia adequando-se ao clima tropical e à disponibilidade de tecidos locais, o que nos permite entender como se desenvolveu a moda brasileira.

A infinidade de detalhes e a riqueza cultural é sublime, porém sou suspeita pra falar, uma vez que a exposição acentua justamente aspectos da moda e da história, ramos os quais vou seguir simultaneamente, assim que der adeus às regulares aulas de trigonometria e geomorfologia ¬¬

Enfim, o universo feminino é revisto em trajes e acessórios autênticos, provinientes do Museu Nacional do Traje de Lisboa, do Museo del Traje de Madrid e do Wien Museum - Mode Depot de Viena, e jóias de escravas do acervo do Museu Costa Pinto de Salvador.
Além disso, podemos admirar as reproduções de vestuário de D. Maria I (ou Maria, a Louca), Carlota Joaquina e D. Leopoldina, feitas à partir de pinturas de artistas como Debret, e interpretações artísticas (como "A roupa que escreve", abaixo) dos perfis dessas mulheres que marcaram o período monárquico.



D.Leopoldina: A roupa que fala e escreve

No último espaço da exposição são apresentados designs feitos por estilistas atuais - como Graça Ottoni, Coven, Victor Dzenk, Patrícia Motta, entre outros, mas vou parando por aqui, afinal o que valhe a pena mesmo é conferir.