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É preciso estar atento e forte: a má notícia é que as coisas mudam. Calma, a boa notícia é que as coisas mudam.
No meio disso tudo, eu escrevo...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

- Tudo certo na bahia
Brisa boa de meu deus


Eu foco os olhos no travesseiro branco pracerteza que em volta é a Bahia.
Pra sentir aquele cansaço de leve, porque passei a tarde pulando nas ondas com meu vestido branco de renda.
Todos nós nos molhando, e rindo.
Aquelas pessoas que eu amo; que sorte ter as encontrado! Não teria sido assim se eu tivesse trilhado caminho diferente... A onda bate e me tira dos poucos segundos de transe histórico.
Estou aqui, estou aqui, estou aqui.
Tem esse cara, menos importante nas circunstâncias atuais, que me levanta do chão e corre em círculos comigo. Na verdade mal o conheço. Que é que ele faz aqui?
Me lembrando que há sempre um amanhã, e novos sentimentos para novas e velhas pessoas...

Ancorar meu barco junto ao seu
Liberdade deus me deu

Ah o amanhã...
E de manhã
Acordar com cheiro
Misturado seu e meu
Por tudo que aconteceu


As águas correm entre minhas pernas, e é hoje de novo, na Bahia.
Que seja em NY! Ou naquele lugar que você nem sabia que existia.
E de noitinha
Faça um cafuné mainha
Tome um banho de bahia
Que painho é todo seu

É a noite, no quiosque, com a maresia trazendo as historias. Cobertores e aquele drink tropical home-made. Ainda tem gente dentro da casa, as luzes estão acesas.
Agora não tem música. É silencio amigo. Veja só onde chegou! Onde as circunstâncias te levaram...
Paz.
Não falo de uma vida serena e sem dificuldades; mas real.
Real, mas bem vivida...
Suas escolhas te trouxeram aqui, lembra?

Hoje eu estou dentro da música. Talvez sou eu quem está fazendo a música... Vai saber. Só sei que eu sinto. E agradeço com meu cúmplice silêncio. É a esperança, criando a paz e a felicidade leve em que estou agora.
E os sonhos são embalados pela noite, que traz o céu, janela para a minha eterna Bahia de Saulo.

Estou andando pela avenida de pequenas lojinhas. Olhando à esquerda, pequenas luzes - lindas! - a uns dois ou três metros iluminam o caminho. Volto o olhar pra direita, e aquele sorriso ilumina minha vida inteira.
Andando abraçados pela pequena rua de pedras, seus braços envolvendo meu casaco marrom.
Estamos indo pra casa.

Em volta meu quarto, da mesma maneira que estava quando o deixei. Mas algo está diferente.

Tentei dar título à esse post, mas não consegui, na verdade.
Então resolvi sintetizar a ideia, com a frase de Schopenhauer que me mostraram recentemente:
" A música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende "

domingo, 26 de setembro de 2010

Fala comigo.

E que eu sei o quanto você tá passando um apertado, por essas bandas. E que vontade eu tenho de te abraçar e ouvir seus desabafos! Sei que eles não o fazem como eu faria. Te diria que estaria aí, afagando esses seus cabelos desgrenhados ao pé da cama, abraçando sua blusa xadrez até você sentir vontade de amassar meus ossos. E como não posso fazer isso daqui, de fuso-horários de distância, te abraçava de longe, com as palavras e os dedos miúdos. Mas você não me quer por perto, não é? Saudade ruim do que você não deixa eu ser... Te faria tão bem... Porque não acredita?
Quando que surgiu a palavra amizade, mesmo? E eu estava tão feliz pela primeira vez com o pouco que você propunha... Nem queria todo o seu mundo, que você tão frigidamente dizia que era meu. Eu sei, é bobeira acreditar que você se doaria um pouquinho assim a quem quer que fosse que não fizesse um esforço cavalar. Mas é que eu queria tanto que não fosse assim, tão exagerado.Tem todo um muro ao seu redor, pra te alcançar tem que pular precipícios inteiros, talvez. Você é sempre assim, incorrigível... E ainda assim uma parte miúda e apertada em mim te dá as mãos, pedinte desse seu gênio indomável, dessa sua angústia reprimida que quer secar e não quer, não se apega a nada nem ninguém. No fundo você precisa, e muito! Para com isso... Será mesmo que você não aperta os lençóis mais do que deveria? Pra que tanta insistência, meu deus...Se solta logo. Ainda que não seja comigo, ainda que seja com a alemãzinha descarada que não sabe como é arrepiar com as suas mãos por perto, que não sofreu na sua ausência-presente, fria. Ela está doida pra dar pra você, afinal. Eu também estava, louca, subindo pelas paredes, implorando que a sua pinta no pescoço parasse de ser assim tão sua. Mas isso não importa, eu sei. Nunca te importou. Que não seja comigo, porque em mim você nunca achou aquilo que abre esse seu olhar oblíquo, mar verde de Hades, umas almas vazias e o que mais? Essa sua tal liberdade não serve pra nada, afinal?
Vê de perto a Alemanha que te cerca, que te enclausura, longe, inatingível... Não é o país nem as pessoas, e você sabe bem.