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É preciso estar atento e forte: a má notícia é que as coisas mudam. Calma, a boa notícia é que as coisas mudam.
No meio disso tudo, eu escrevo...

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

and hope could be on the other side of the lake..

See a mountain, see an ocean, see the years that bring rock and tide together...
Settle down, I said to myself: things that come with time will always be better...
Everyone gets what they want too fast, these days,
No one knows the way to make things last
Still I say: hey baby, I'm through waiting,
 'cause I need you now, I'll show you how
 you can take my hand and save me

 c'mon, save me




terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Cidade IV

Assim - dizem alguns - confirma-se a hipótese de que cada pessoa tem em mente uma cidade feita exclusivamente de diferenças, uma cidade sem figura e sem forma, preenchida pelas cidades particulares.


- Ítalo Calvino, As cidades invisíveis


Me fez lembrar das minhas cidades particulares, das quais as que tornei de certa forma públicas me recompensaram com um certo email. Entende?

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

hahahaha



Uma coisa ridícula dessa, e eu consegui pausar a tristeza nos primeiro 15 segundos.

E o passado pede bis..



Esse amor parece tá no fim... Vai se distraindo e vai sem mim... Ou talvez quem sabe nada é em vão.
[...] Meu coração esses dias chorou com saudade de você... E você se despreocupou, me ignorou, nem quis saber...

Nuvem negra


Não adianta me ver sorrir, espelho meu. Meu riso é seu... Eu estou ilhada.
Hoje eu não ligo a TV nem mesmo pra ver o Jô. Não vou sair, se ligarem não estou.
À manhã que vem nem bom-dia eu vou dar. Se chegar alguém a me pedir um favor, eu não sei...
Tá difícil ser eu, sem reclamar de tudo...
Passa nuvem negra, larga o dia e vê se leva o mal que me arrasou, pra
 que não faça sofrer mais ninguém.
Esse amor que é raro e é preciso pra nos levantar, me derrubou, não sabe parar de crescer, e doer.

São as cebolas

Eu tenho vontade de por os pés em Moçambique, ainda que eu descubra que não é aquele lugar lindo dos cartões postais.
Eu gostaria de ver a ponte do Brooklyn. Poder sentar nela ao entardecer e sair só quando cair a noite.
Eu gosto bastante de dançar, não sei quando parei. Tenho essa sensação incrível quando me imagino dançando essas músicas latinas, geralmente imagino uma praia ou um daqueles bares caribenhos que parecem ter toda uma energia diferente. Vai saber, nunca fui num. Fico parecendo essas pré-adolescentes que assistem seriados e filmes na TV e resolvem sonhar. Talvez porque eu não consiga transmitir direito a ideia que passa na minha cabeça... Não acho que sonhar seja clichê. Também não é só sonhar, e sim fazer aquilo que te faz bem... Acho que o termo certo seria alumbramento. Acho que o dia-a-dia precisa de uma mágica aqui ou ali, pra que o azar, a aflição, o medo e as mágoas sejam a fração menor. Acho que a vida é um momento - às vezes longo, às vezes curto - e o que se faz com ele é o que você é, e dessas coisas eu imagino que se busce um saldo geral positivo.
Eu tenho vontade de fazer muitas coisas, das quais a maioria eu esqueço por me faltar a memória... Mas eu não esqueço do quanto é preciso ter pessoas em volta que você valorize, e que vejam valor em você.
E é isso que mais me faz falta. Mais do que a dança, do que as festas animadas, dos lugares que eu poderia conhecer... Mais do que qualquer outra coisa eu queria ter alguém pra rir desses filmes de comédia forçados naqueles domingos parados. Alguém pra encher a cara comigo quando estivesse me sentindo mal. Alguém que se importasse o suficiente...
Não é que eu seja completamente sozinha. Eu não tenho dificuldades em imaginar minha vida em uns 10 anos, com alguém pra dividir o sofá a noite, isso não me perturba. Tenho um namorado ótimo, que é uma excelente companhia. Mas tem certós vazios que só podem ser preenchidos por certas pessoas. E eu não as vejo por perto...
Pode ser drama meu, vai saber, devo estar de TPM... Mas hoje as coisas parecem mais tristes.
Às vezes eu acho que a vida é feita pra se ter os momentos bobos que você almeja, e pra tocar o coração das pessoas. E ultimamente eu não tenho feito nenhum dos dois.

26 de Dezembro de 2010

sábado, 18 de dezembro de 2010

Cidade III

Transeunte: pessoa, cujo nome não importa, que passa não importa pra onde.

- definição de Adriana Falcão, no Pequeno Dicionário de Palavras ao Vento



Engraçado como às vezes paro pra reparar nas pessoas.
O homem velho sentado no banco da praça. Como ninguém nota o olhar que vai longe, através dos anos?
A senhora com mãos calejadas, de quem trabalha mais do que os ossos possam suportar, os olhos num estado de cansaço que reflete o desgaste do corpo...
A mocinha jovem, com vestido estampado, com ar de quem sonha com alguém. Um ferreiro, um jovem empresário, algum rapaz que acabou de se alistar no exército?
Dezenas de pessoas passam na faixa de pedestres. Quanta história, quantos sonhos e lembranças acumulados em poucos metros quadrados. Devia ser proibído isso, de sobrecarregar espaços com pensamentos de tal forma que esses perdem o valor.
 Pouco tempo pra imaginar o porque daquele olhar ou o dono daquele sorriso. Um formigueiro de pessoas, que passam apressadas, e apressadamente desaparecem. Transeuntes. Palavra estranha, que desmazela a possibilidade de detalhamento, de atenção. Palavra que torna tudo rápido, passageiro e sem importância; homogêneo e efêmero.
Eu sou só a garota que passa ajeitando o cabelo e atravessa a avenida.

E em casa não canso de imaginar o que está nos olhos e o coração do menino na bicicleta.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Cidade II

Saber orientar-se numa cidade não significa muito. No entanto,  perder-se numa cidade, como alguém se perde numa floresta, requer instrução. Nesse caso, o nome das ruas devem soar para aquele que se perde como o estalar do graveto seco ao ser pisado, e as vielas do centro da cidade devem refletir as horas do dia tão nitidamente quanto um desfiladeiro.

- Walter Benjamin, Tiergarten

Cidade I


No singular porque no fundo tudo se resume à mesma ideia. A essa oposição entre o coletivo e o singular, entre a diversidade por metro quadrado e o efeito homogeinizador do ritmo urbano.
E um dos elementos-chave das cidades são as ruas. Pois como lí, costuma-se resumir as cidades a partir das impressões que temos de suas ruas. E ninguém fala tão bem das ruas como João do Rio...

"A rua nasce, como o homem, do soluço, do espasmo. Há suor humano na argamassa do seu calçamento."


"Os séculos passam, deslizam, levando as coisas fúteis e os acontecimentos notáveis. Só persiste e fica, legado das gerações cada vez maior, o amor da rua."

sábado, 11 de dezembro de 2010

O menino que carregava água na peneira

Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino que carregava água na peneira.
A mãe disse que carregar água na peneira era o mesmo que roubar um vento e sair correndo com ele pra mostrar aos irmãos.
A mãe disse que era o mesmo que catar espinhos na água. O mesmo que criar peixes no bolso.
O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.
A mãe reparou que o menino gostava mais do vazio do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores e até infinitos.
Com o tempo aquele menino que era cismado e esquisito porque gostava de carregar água na peneira,
com o tempo descobriu que escrever seria o mesmo que carregar água na peneira.
No escrever o menino viu que era capaz de ser noviça, monge ou mendigo ao mesmo tempo.
O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras. E começou a fazer peraltagens.
Foi capaz de interromper o vôo de um pássaro botando ponto final na frase.
Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.
O menino fazia prodígios. Até fez uma pedra dar flor!
A mãe reparava o menino com ternura.
A mãe falou: meu filho, você vai ser poeta.
Você vai carregar água na peneira a vida toda.
Você vai encher os vazios com as suas peraltagens e algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos.

- Manoel de Barros.

Deixando a memória descansar

Hoje você não me incomoda. Vim só pra guardar que hoje não escrevo aqui os meus textos pra você, porque estou com pressa pra dormir pensando em outro alguém.

12 de Setembro de 2010.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Impressões... um tempo meu.

  Passado o segundo consultório do dia, era decidir pra onde ir mais uma vez. Estou tentando confrontar essa indecisão que mora dentro de mim sem propósito. Quando as opções são muitas, acabo por não escolher, firme assim. Dito isso, peguei o ônibus que me possibilitava três destinos diferentes. Pareceu certo, afinal o timing foi perfeito. Me refiro ao fato dele ter passado bem quando botei os pés na avenida, depois de uma volta aleatória pelo quarteirão falando ao telefone. Dei sinal e subi.
 Dentro do tal 9206 pensei que se enquanto pensasse, um dos pontos passasse, passou, fica pra outro dia. Mas ainda desgastava o papel amarelo amassado na mão. O rapaz sentado ao meu lado fazia tempo já estava encarando minhas mãos apertando o papel dobrado e os meus olhos analisando os escritos à caneta azul. Ele também deve ter percebido minha indecisão, que nos olhos deles ganharam certa importância, como se meus pensamentos, longes como estavam, estivessem deliberando questões merecedoras de grande consideração. Aí me achei meio boba, toda a erupção mental só porque não sabia onde descer. Podia ter iniciado um assunto com o rapaz, parecia simpático, e estranhamente interessado nos meus pensamentos. Preferi manter o objeto de interesse dele vivo, e permaneci em silêncio observando as ruas, ao som de Desde que o samba é samba, Caetano e Gilberto Gil. De repente reconheci o cruzamento das avenidas Alvares Cabral e Augusto de Lima. Perdida como sou, foi um salto: dei sinal e desci. É que a gente sempre vê tanta gente deixando tanta coisa pro outro dia, né... Não eu!
 A exposição ficava na rua da Bahia, na esquina segundo meu papelzinho amarelo orientava. No caminho deparei com uma Araújo, aproveitei pra dar satisfações da receita médica e comprei também umas balas, daquelas de gelatina e um tic-tac, automaticamente.
  Atravessei a avenida lotada e estava na frente do Centro de Cultura de Belo Horizonte. Antigo, lindo. Uma estrutura anos 20 demais pra ficar na frente daquele prédio moderno cheio de janelinhas. Um contraste e tanto. Tirei uma foto ridiculamente ruim do meu Nokia 2630. Desejei uma câmera profissional por alguns segundos. Voltaria pra tirar a merecida foto com toda a certeza. De qualquer forma, fica uma imagem da internet pra não perder a vista da memória:


  Subi as escadas trêmulas de madeira. Elas se erguiam pelas laterais, pareciam ter ostentado todo o luxo de uma época já morta... O que se comprova pelo fato do lugar ter abrigado no passado o Conselho Deliberativo (a Câmara Municipal), a Biblioteca Municipal, além da primeira rádio da cidade - a Rádio Mineira - da Escola de Arquitetura da UFMG,  do Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães e por fim o Museu da Força Expedicionária Brasileira. Claro que colei, não decoraria tantos nomes nunca na vida, sabia apenas a respeito do Conselho, mas já era suficiente pra eu imaginar toda a sociedade política da cidade reunida com suas luvas e fraques no salão lotado e iluminado. A madeira estalava debaixo dos meus pés, e a escada ia ficando pra trás.
  No segundo andar um texto introdutório da exposição: Ao alcance do olhar - Silêncio e ruídos da cidade. Nas laterais umas poucas fotografias do centro da cidade. Foi no centro do cômodo que gastei meus minutos: Um equipamento audio-visual destacando o ritmo louco dos transeuntes das ruas da cidade. Uma tela com três textos em coluna, carregando a ideia de que os centros são contraditoriamente cheios e vazios, coletivos e singulares. E no meio o que de fato consolidou minha satisfação em ter decidido parar ali nuam terça feira às cinco da tarde: pequenos cubos ligados uns aos outros, com uma ou duas imagens e um texto cada. Fernando Sabino, Nietzsche - como todo lugar que reúne pensamentos filosóficos-sociológicos que se preze - Cecília Meireles, João do Rio, Walter Benjamin. Os dois últimos cujos textos me envolveram completamente, e que vou reproduzir num post seguinte (pois esse já tomou proporções grandes demais).
 Do outro lado, duas telas ligadas a fones de ouvido: uma com as impressões de passantes sobre o centro da cidade, sobre como o ritmo frenético da cidade homogeiniza os transeuntes, silencia a individualidade, não há sorrisos ou olho-no-olho, só um mutirão de pessoas ocupadas com seus barulhos mentais. Na outra tela imagens e sons tornavam os hipercentros e a natureza em si sinônimos e antônimos. Uma analogia oposta. O som das matas e a imagem dos troncos; o barulho de pedaços plásticos batendo num poste. O barulho de gotas d`'agua, seguidos da imagem de poças no chão asfaltado do centro. E ao mesmo tempo que eu esquecia do mundo conturbado lá de fora, o chão do edifício tremia com a passagem dos ônibus lá na rua. Meus pés vibravam na madeira velha e vivida.
 E imagens dos tais prédios grandes e de pequenas janelinhas, aqueles que eu vi do lado de fora, com uma ou duas pessoas encostadas na beirada do vidro observando o movimento, umas janelas tampadas com jornal, outras das quais pode-se notar objetos de metal abandonados... Na frente do ponto de ônibus mesmo, um desses prédios capturou minha atenção: em uma das janelinhas uma bandeira do brasil dançava com o vento - se bem que aquela não parecia saber bem dançar, mas tentava se mostrar da forma como conseguia, assim meio torta. Num ambiente como aquele, pobre e estagnado, onde até o sol tinha preguiça de disfarçar o repouso, alguém ostentando orgulho por essa pátria desorganizada, por esse Brasil imaturo. Parece tão certo que o dia-a-dia para o dono-da-bandeira é suado e sem muita evolução... E ainda assim persiste a esperança.

 30 de Novembro de 2010

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

You've got that thing of yours

"Ele me comia, com aqueles olhos de comer fotografia...
Eu disse X, e de close em close fui perdendo a pose até sorrir feliz..."

You've got that thing of yours, that makes me wanna take my clothes off.

9 de Novembro de 2010

Sobre tanta falta



Falta tanta coisa na minha janela, como uma praia
Falta tanta coisa na memória como o resto dela...
Falta tanto tempo no relógio quanto uma semana

Sobra tanta falta de paciência que me desespero
Sobram tantas meias-verdades que guardo pra mim mesmo
Sobram tantos medos que nem me protejo mais
Sobra tanto espaço dentro do abraço que nunca consigo

Sei lá, se o que me deu foi dado
Sei lá, se o que me deu já é meu
Sei lá, se o que me deu foi dado ou se é seu...
Se o que me deu , quem sabe?

Vai saber, quem souber me salve
Vai saber, o que me deu, quem sabe?
Vai saber, quem souber me salve...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Dois cigarros me separam daquele passado nem tão longe assim. Uma liberdade estranha. Um gole de coragem. Uma olhada pra baixo, e estão ali todas as lembranças de você. Uma música no fundo. "Faço as pazes lembrando, passo as tardes tentando lhe telefonar..."
Eu te peço bem. E aí sei que estou bem.
- Setembro de 2010?

domingo, 24 de outubro de 2010

Anúncio

  Acordou com Sofia sorrindo. Percebeu então que havia dormido com Sofia sorrindo em suas mãos.
  Um retrato em preto e branco um pouco já gasto pelo tempo. Ou pelas diversas viagens da gaveta para as mãos e das mãos para as gavetas. Um arranhão aqui ou ali, uma ou duas lágrimas no caminho. Envergonhadas de caírem, depois arrependidas de molharem Sofia.
  Tomou café com o sorriso de Sofia na cabeça, e logo ela estava lá, nítida, abrindo a porta da antiga casa do bairro das Laranjeiras. Qual era mesmo a rua? Disso não se lembra, no caminho não pensava na rua, pensava no sorriso. Aquelas bochechas não cansam, afinal? Depois de tanto tempo... Teriam mudado?
Claro que mudaram; as pessoas envelhecem! Mas não Sofia... Teria mudado? Ela amava aquela casa,  a varanda branca...
O branco dominou o pensamento e desbotava a imagem de Sofia. Levantou-se da mesa com a imagem das malas se acumulando no porta-malas do Opala branco.

  Almoçou com Sofia parada no jardim, o Opala ligado. O sorriso não estava lá. Teria mudado?
Nesse dia nada mais fez além de procurar o caderninho azul de endereços. Qual era o nome da rua, meu deus... Nesse dia, publicou um anúncio no jornal:
"Procura-se aflitivamente um pobre caderninho azul que tem escrito na capa a palavra 'endereços' e dentro está todo sujo, rabiscado e velho"

  Que ideia estúpida, meu deus! Pra que fez isso, velho? E ainda deixa nome e endereço... O que os vizinhos vão pensar? Caducou de vez... Está perdendo o senso, Mauro?
  Passaram-se dois dias. Dois dias tomando café com o caderno na cabeça e Sofia no coração. Pra que foi resgatá-la de lá dos fundos?

  Toca a campainha.
  - Mauro?
  Não encontrou o caderninho azul. Mas encontrou o que procurava.

  E o sorriso estava lá. Entrou e fechou a porta.


Proposta de redação. Limite de 30 linhas. (P.326, Q.41)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O tempo é como um balão...

Primeiro parece pequeno (vazio)

 depois aumenta tanto que parece que nunca acabará (cheio)

até que se esvazia numa correria estranha sem que se consiga evitar...




Aproveita o teu tempo...

domingo, 17 de outubro de 2010

Vejo ao longe o sorriso dos girassóis que parecem que esperar que os visite. Seus olhos cor de amêndoa doce e alegre transmitem a doçura dos iluminados inquietos, suspensos do mundo inerte e falível…


E o vento sopra palavras de incentivo e de loucura. Eles abanam numa dança de uma coreografia ensaiada e cintilam criando um quadro de perfeita harmonia. Vistos do céu fazem ondas de reciprocidade quase sem noção… de quem as vê, de quem as sente.

E o sonho nasce. Depois de adormecermos num recanto de relva verde, fixados no azul do céu e na espera do desejo paixão de marasmo conquistado nos vultos de pedra e cinza diluída no espaço emergido.

Este é o nosso segredo. Esta é a nossa forma de conseguirmos sobreviver aos dias perdidos na vida que dizem ser a nossa e em que nunca a conseguimos encontrar, para que a possamos projectar nas planícies dos génios e das flores.

O tempo passa. E a noite visita-nos. Já renovados percorremos o caminho inverso e regressamos à normalidade. Aparente. Trazemos o sorriso, emprestado, do girassol amigo no pensamento, trazemos o amarelo brilhante, contagiante, na alma que fomenta o nascer de mais um dia. O Sol irmão desse girassol simbólico também sorri e pisca-nos o olho guardando o segredo partilhado na véspera.


 
Podes chamar-me maluco. Podes pensar que sou incauto. Mas o meu desejo é encontrar esse caminho que me leve, de novo e em segredo, ao majestoso campo de girassóis para que em silêncio ame as cores da natureza e assim encontre a terapia para purificar os sentidos, perdidos, do meu acreditar…

Já sabes. De mãos dadas poderemos partilhar o nosso segredo. Podemos sorrir. E, no momento oportuno podemos fugir, embora que temporariamente, nunca deixaremos as nossas viagens, cúmplices, aos terrenos da noção e as terras da emoção.



Basta que tu o queiras! Espero por ti!

Quero seguir o nosso caminho na busca da nossa identidade…

- Paulo Afonso Ramos
Tudo começou com alguma coisa subindo as paredes do prédio em direção à janela que mudava de cor de acordo com as cores da TV.O homem aranha saltou para dentro, mas decidiu continuar repetidamente saltando. Enquanto isso um baile russo rolava no espaço vazio. Once upon a december... Desse jeito, com as partículas douradas suaves pairando no ar. No canto estávamos nós, e você meio inglês, vestido em fraque azul. Uma caixa com um anel chegou a aparecer, mas dissolveu-se na diagonal.
Abaixo de mim havia um precipício de lava, mas não havia gravidade que me fizesse cair.
Não nessa minha órbita, onde o pensamento voa na velocidade-luz.

sábado, 16 de outubro de 2010

Surpresa. Tão inesperada quanto desejada, surpresa presa na indefinição entre alegria e não alegria. Felicidade desconfiada. Euforia apreensiva. Dúvidas. Muitas dúvidas na contraditória vontade de voltar no tempo e de, ao mesmo tempo em outro tempo, vê-lo distante. Desejo de uma lembrança enevoada por memórias, anteriores ou posteriores, menos dolorosas. Dor. No frio na barriga, quase dor. Uma dor recordada e quase (re) sentida. Ressentida. (Re) ressentida na surpresa feita ilusão. (Des) surpresa sem surpresa. Tristeza quase não triste na dúvida quase certa de ser melhor não ser o que já foi. Se foi e de novo foi o fim.

- Por Roberta Cavalcanti, no Ponto e Vírgula

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Sobre os mesmos olhos de ressaca

Foram os olhos. Não exatamente a cor, não exatamente a forma. Foi a combinação da etérea semelhança daqueles olhos que fizeram, por rápidos instantes, interromper e imediatamente acelerar o ritmo do meu corpo. Respiração, circulação, batimentos cardíacos. Talvez tudo isso, talvez nada disso. Emoção. Prazer e tensão de lembrar um olhar. Outros olhos resgatados da memória por aqueles revelados em um breve relance. Um meio movimento de um rosto que fez o meu se voltar para o mar. Sobre a água, uma névoa suave que não me permitia ver, mas não me impedia de enxergar além da baía. Veio de lá a presença recordada que me acompanhou até a chuva no fim do dia. Choveu no fim e isto basta.

Por Roberta Cavalcanti, no Ponto e vírgula

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

E o amarelo dela compuz...

Um metro e sessenta e cinco de sol.

A moça com brinco de pérola que não é de Vermeer.

Não a fera-venenosa Gala;

ou a musa-destruidora Yoko.

Mas a Sweet Angel de Hendrix.

Branquinha, ó branquinha, Caetano.

Amor mico-leão no lençol branco do

domingo de chuva e sol.

Furacão amarelo assim, toda sua e do

mundo e dela e de ninguém.

Um girassól todo, 360, só ela.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Girassóis Amarelos

Foi o que procurei, assim de repente, com vontade de procurar.
E no pensamento instintivo de descobrir se existia blog com tal nome - ah, e se não existisse meu seria agora! - me deparei com o seguinte:

"As coisas que não conseguem ser olvidadas
continuam acontecendo.
Sentimo-las como da primeira vez,
sentimo-las fora do tempo,
nesse mundo do sempre
onde as datas não datam.
Só no mundo do nunca existem lápides...
Que importa se depois de tudo
tenha "ela" partido, casado, mudado,
sumido, esquecido, enganado,
ou que quer que te haja feito, em suma?
Tiveste uma parte da sua vida que foi só tua
e, esta, ela jamais a poderá passar de ti para ninguém.
Há bens inalienáveis,
há certos momentos que,ao contrário do que pensas,
fazem parte da tua vida presente
e não do teu passado.
E abrem-se no teu sorriso mesmo quando,
deslembrado deles, estiveres sorrindo a outras coisas.
Ah, nem queiras saber o quanto deves à ingrata criatura...
'A thing of beauty is a joy for ever'*
disse, há cento e muitos anos, um poeta
inglês que não conseguiu morrer."

- Mário Quintana
 
* E aqui está ele, o grande poeta brasileiro, fazendo referência ao meu indizível amante inglês John Keats!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Old Love



I can feel your body
When I’m lying in bed
There’s too much confusion
Going around through my head

And it makes me so angry
To know that the flame still burns
Why can’t I get over?
When will I ever learn?

Old love, leave me alone
Old love, go on home


I can see your face
But I know that it’s not real
It’s just an illusion
Caused by how I used to feel

And it makes me so angry
To know that the flame will always burn
I’ll never get over
I know now that I’ll never learn

Eric Clapton - Old Love.
Old Love. Old love... Not so never.Old.
Love, but old.
My old love. That it rests in peace.
RIP, my old love.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Síndrome de Grenouille

 Engraçado como só escrevo quando há um quê de perturbação na minha alma. A alegria por essas bandas. Aqui reina a inquietude para acender a fagulha. Mas não é isso apenas que impede o avanço das ideias escritas. Esses buracos em branco são filhos da ausência de palavras, um vazio no dicionário do mundo que não me permite traduzir em letras e vírgulas aquilo que se passa em minha cabeça.
 Aquele mundo azul originado do penacho de ave que não exite. A lava quente subindo os prédios acompanhando a música frenética. As cenas tão bem definidas na mente, no corpo, nos sons e no cheiro. Aquela história semi-medieval da piscina, os planos do passado, as vontades-minuto debaixo do lençol ou as de cara com o vento.
 Não há palavra no mundo que descreva.
Talvez esse seja o tópico principal. O motivo desse blog. O porquê de escrever, ainda que o resultado sea infame, insatisfatório em níveis indizíveis. Indizíveis, porque faltam palavras, mais uma vez.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

- Tudo certo na bahia
Brisa boa de meu deus


Eu foco os olhos no travesseiro branco pracerteza que em volta é a Bahia.
Pra sentir aquele cansaço de leve, porque passei a tarde pulando nas ondas com meu vestido branco de renda.
Todos nós nos molhando, e rindo.
Aquelas pessoas que eu amo; que sorte ter as encontrado! Não teria sido assim se eu tivesse trilhado caminho diferente... A onda bate e me tira dos poucos segundos de transe histórico.
Estou aqui, estou aqui, estou aqui.
Tem esse cara, menos importante nas circunstâncias atuais, que me levanta do chão e corre em círculos comigo. Na verdade mal o conheço. Que é que ele faz aqui?
Me lembrando que há sempre um amanhã, e novos sentimentos para novas e velhas pessoas...

Ancorar meu barco junto ao seu
Liberdade deus me deu

Ah o amanhã...
E de manhã
Acordar com cheiro
Misturado seu e meu
Por tudo que aconteceu


As águas correm entre minhas pernas, e é hoje de novo, na Bahia.
Que seja em NY! Ou naquele lugar que você nem sabia que existia.
E de noitinha
Faça um cafuné mainha
Tome um banho de bahia
Que painho é todo seu

É a noite, no quiosque, com a maresia trazendo as historias. Cobertores e aquele drink tropical home-made. Ainda tem gente dentro da casa, as luzes estão acesas.
Agora não tem música. É silencio amigo. Veja só onde chegou! Onde as circunstâncias te levaram...
Paz.
Não falo de uma vida serena e sem dificuldades; mas real.
Real, mas bem vivida...
Suas escolhas te trouxeram aqui, lembra?

Hoje eu estou dentro da música. Talvez sou eu quem está fazendo a música... Vai saber. Só sei que eu sinto. E agradeço com meu cúmplice silêncio. É a esperança, criando a paz e a felicidade leve em que estou agora.
E os sonhos são embalados pela noite, que traz o céu, janela para a minha eterna Bahia de Saulo.

Estou andando pela avenida de pequenas lojinhas. Olhando à esquerda, pequenas luzes - lindas! - a uns dois ou três metros iluminam o caminho. Volto o olhar pra direita, e aquele sorriso ilumina minha vida inteira.
Andando abraçados pela pequena rua de pedras, seus braços envolvendo meu casaco marrom.
Estamos indo pra casa.

Em volta meu quarto, da mesma maneira que estava quando o deixei. Mas algo está diferente.

Tentei dar título à esse post, mas não consegui, na verdade.
Então resolvi sintetizar a ideia, com a frase de Schopenhauer que me mostraram recentemente:
" A música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende "

domingo, 26 de setembro de 2010

Fala comigo.

E que eu sei o quanto você tá passando um apertado, por essas bandas. E que vontade eu tenho de te abraçar e ouvir seus desabafos! Sei que eles não o fazem como eu faria. Te diria que estaria aí, afagando esses seus cabelos desgrenhados ao pé da cama, abraçando sua blusa xadrez até você sentir vontade de amassar meus ossos. E como não posso fazer isso daqui, de fuso-horários de distância, te abraçava de longe, com as palavras e os dedos miúdos. Mas você não me quer por perto, não é? Saudade ruim do que você não deixa eu ser... Te faria tão bem... Porque não acredita?
Quando que surgiu a palavra amizade, mesmo? E eu estava tão feliz pela primeira vez com o pouco que você propunha... Nem queria todo o seu mundo, que você tão frigidamente dizia que era meu. Eu sei, é bobeira acreditar que você se doaria um pouquinho assim a quem quer que fosse que não fizesse um esforço cavalar. Mas é que eu queria tanto que não fosse assim, tão exagerado.Tem todo um muro ao seu redor, pra te alcançar tem que pular precipícios inteiros, talvez. Você é sempre assim, incorrigível... E ainda assim uma parte miúda e apertada em mim te dá as mãos, pedinte desse seu gênio indomável, dessa sua angústia reprimida que quer secar e não quer, não se apega a nada nem ninguém. No fundo você precisa, e muito! Para com isso... Será mesmo que você não aperta os lençóis mais do que deveria? Pra que tanta insistência, meu deus...Se solta logo. Ainda que não seja comigo, ainda que seja com a alemãzinha descarada que não sabe como é arrepiar com as suas mãos por perto, que não sofreu na sua ausência-presente, fria. Ela está doida pra dar pra você, afinal. Eu também estava, louca, subindo pelas paredes, implorando que a sua pinta no pescoço parasse de ser assim tão sua. Mas isso não importa, eu sei. Nunca te importou. Que não seja comigo, porque em mim você nunca achou aquilo que abre esse seu olhar oblíquo, mar verde de Hades, umas almas vazias e o que mais? Essa sua tal liberdade não serve pra nada, afinal?
Vê de perto a Alemanha que te cerca, que te enclausura, longe, inatingível... Não é o país nem as pessoas, e você sabe bem.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Malditos olhos de ressaca, os seus.

If I don't need you then why am I crying on my bed?


If I don't need you then why does your name resound in my head?

If you're not for me then why does this distance maim my life?

If you're not for me then why do I dream of you...

Acaba que eu tenho que admitir o quanto o amo, e o quanto é pior sem ele.
Na verdade, muita coisa é melhor, cresci mais, conheci pessoas muito interessantes, fui para um bom colégio... Mas nunca estou 100%.
Não importa o quão interessante alguém seja, falta algo.
Posso querer muito o corpo de alguém, mas na hora... não sinto nada. Nenhum outro me causa o arrepio que a presença dele causa.
Não importa o quanto os outros sejam melhores, e mais decentes, e mais interessados...
É você que me deixa doente, e da doença não tem como escapar. Os outros são apenas o tratamento paliativo, até você passar de vez.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Reclamação:

Você anda escrevendo muito mal, Ninha. Mais do que de costume.
Tudo bem que você tem pressa, porque tudo é muito rápido e não dá tempo de registrar.
Ok, você sabe que esse lugar funciona como que em tópicos, pra você poder, depois, lembrar das coisas passadas.
Mas tá um lixo, mulher!
Toma jeito, Ninha, toma jeito!

Ainda no" tema" divagação sobre o rumo das coisas

Certa pessoa, cuja existência já foi dada a devida importância nuns posts abaixo, me mostrou esse vídeo, em um dos emails que me mandou:


 Já havia ouvido antes, mas não esta versão - que por sinal agradarm muito os meus ouvidos - nem essa introdução tão delicada, que resume a mensagem tão perfeitamente, assim como toda a letra.

  Felizmente nos últimos tempos tenho tido oportunidade de conhecer muitas pessoas diferenciadas dessa multidão tão igual e que se desperdiça cada vez mais. Venho encontrado pessoas como essa, que me mandou esse vídeo, e espero, muito mesmo, que pessoas assim nunca desapareçam. Porque elas são mais do que bem-vindas no meu mundo, mas necessárias, e devem predominar.

Hm, momento drama.



How could you be so cold as the winter wind when it breeze?

I know some things that you ain't told me, I did some things but that's the old me

So you walk round like you don't know me
You got a new friend; I got homies, but at the end it's still so lonely



You're bringing out a side of me that I don't know
 
 
I decided we wasn't gon' speak so why are up 3 a.m. on the phone?





And you just gon' keep hatin' me, and we just gon' be enemies, I know you can't believe
I could just leave it wrong and you can't make it right.


Um desses dias do tipo que parecem não quererem deixar de existir, 2010

terça-feira, 27 de julho de 2010

Oi, como vai você?

Ultimamente andei vendo muito os vídeos desse cara, o PC Siqueira:

O cara é mais um ser vivente como outro qualquer. Mas ele chama a atenção. Por quê? Porque resolveu fazer um vlog, pra falar sobre... nada específico. Só devaneios, e assuntos random. Mas o cara é interessante, tem assuntos dos mais variados, e opinião forte. E aí virou febre e ganhou fama de fodão. O legal, é que ele mesmo critica os "fãs babacas", aquelas pessoas que o adoram e viram tietes do PC Siqueira.
E está aí o ponto-chave desse post: A grande prova de que as pessoas estão se imbecilizando.
Tudo bem gostar de ver os vídeos do PC Siqueira. Eu vejo. Curto bastente. Porque penso que conversar com o cara deve ser legal, ele tem um papo que vai longe, uma digressão intensa, assim como eu, por sinal.
  O problema é quando vira adoração. Essa reação exagerada é como um oasis em meio à um deserto: perto de tanta ignorância, hipocrisia e tédio, as pessoas passam a achar o cara foda, de outro mundo. E não é. É assim que as pessoas, em geral, deveriam ser. Com pontos de vista bem formados - ou em formação, mas próprios. Com argumentos e raciocínios lógicos na hora de falar sério, e capacidade de aproveitar o tempo falando bobagem ou fazendo nada demais. Com assunto diferenciado, capacidade de abstrair, de sair do assunto-BBB e do que é convencional, do que é moda só por ser moda, dessa mania de querer parecer "legal" e "antenado"sempre, de pura hipocrisia enenhuma profundidade.
  PC Siqueira é só mais um dos que pensam. Um tipo de pessoa que, por apresentar uma capacidade mais elevada de pensar, sobressai.
  Não sei por muito bem em palavras, com os adjetivos certos... Porque pra mim, o normal é pensar, é ser genuíno, diferenciado. Gosto de andar com pessoas assim, procuro encontrar mais delas por aí, porque infelizmente, são a minoria escondida, observando esse desperdício de matéria prima.
 Esse tópico ficou martelando na minha cabeça por tempos, e nem pensei em escrever à respeito - justamente por não conseguir por em palavras, tamanho é meu desapontamento com o rumo que as pessoas tem tomado nesses tempos "modernos". Mas esses dias estava na Savassi, e conheci um cara que chegou no ponto.
O cara é revoltado pois todos comentam que ele parece com o Felipe Neto (que não vem ao caso detalhar aqui, mas está pra quem quer ver no youtube, outra febre do momento, desta vez crítico ferrenho dessa tendência de albinismo mental). E ele explica bem: o que incomoda não é associarem ele ao cara, mas comentar como se ele fosse a cópia de uma webcelebridade, um cara muito foda. Mesma indignação que a minha, e conseguiu explicar melhor que eu, o Airton ( o cara em questão):
  O problema é que as pessoas são tão imbecis, que qualquer sinal de inteligência assusta, e vira febre.
É de deixar qualquer um puto, ver milhares de pessoas alucinadas com a possibilidade de pensar direito.

E os caras nem escutam o que PC Siqueira e Felipe Neto falam. Porque eles até tentam passar a mensagem pras pessoas: vamos parar com babaquice, colocar a massa cinzenta pra funcionar, cria sua opinião, o SEU ponto de vista. Deixar de ser filho da puta!
 E continuam recebendo comentários: "Isso aí cara, você é foda, apesar de vesgo!"  "Casa Comigo Felipe Neto?!?!"

Pô galera, ponham a cabeça pra funcionar, que o cérebro não faz peso à toa.
Não é porque está na moda, que você deve praticar albinismo mental.

Como vai você? Espero que ouvindo.

Reticências sobre PC Siqueira e umas visões de mundo.

 Esse PC Siqueira, que eu comentei no post anterior, fugiu do padrão de fazer vídeos divagando sobre assuntos em geral, e resolver falar sério. E como falou! Expôs sua opinião sobre os assuntos mais polêmicos: Religião, política e futebol. Uma forma de mostrar que as pessoas tem pontos de vistas diferentes, e que quem enche o saco e usa esses temas como fonte de preconceito... tem mesmo "é que tomar no cu".
Não compartilho das mesmas opiniões do PC, exatamente, apesar de baterem muitas vezes. Mas o motivo de postar esse vídeo (de duas partes) é pra dar ênfase a essa diversidade de opiniões, que deviam ser respeitadas. Além disso, e mais importante: dar enfoque à necessidade de abrir a cabeça, e formar a sua própria opinião. Sem tabus, tradicionalismos ou qualquer artifício que te classifique na espécie popularmente conhecida como maria-vai-com-as-outras, gênero intelligencie abdicarium.
  Vale a pena ver o vídeo. Bem argumentado, e costuma abrir portas para reflexões de grande importância.



Esses tempos modernos...

Eu vejo a vida melhor no futuro.Eu vejo isso por cima de um muro de hipocrisia que insiste em nos rodear.
Eu vejo a vida mais clara e farta, repleta de toda satisfação que se tem direito, do firmamento ao chão...
Eu quero crer no amor numa boa, que isso valha pra qualquer pessoa que realizar a força que tem uma paixão.
Eu vejo um novo começo de era, de gente fina elegante e sincera, com habilidade de dizer mais sim do que não, não, não...
Hoje o tempo voa amor, escorre pelas mãos; esmo sem se sentir... Não há tempo que volte amor, vamos viver tudo que há pra viver! Vamos nos permitir...
 
Se você pensa que já leu isso em algum lugar... acertou. É a letra da música Tempos Modernos, do Lulu Santos. Ainda sobre essa falta de conteúdo e personalidade que eu tenho visto nas pessoas... (Às vezes eu olho pra elas e vejo um tanto de caixa de leite, como se estivessem empilhadas, à venda em algum supermercado, aos montes. ???) Essa  música que resume muito esse estado das coisas, e fala um pouquinho da esperança pequena de que essa tendência das coisas só piorarem não se concretize.


É meu toque de celular faz um bom tempo, que é como um amuleto da sorte, ou uma oração - seja lá no que você acredite - uma forma de depositar forças para que esse "novo começo de era" chegue. E logo!

Como diria... eu mesma:

Prefiro castigar minhas costelas com um espartilho
que me submeter a esse estranho século XXI, 
a carpa que se limita a beira das águas.



segunda-feira, 26 de julho de 2010

Maruen Zaghloul Natale Cardoso,

Obrigada pelo apoio e carinho.
Pela paciência, muito necessária nos últimos tempos.
Pelas risadas e pelas horas gastando ironias e "esbanjando" humildade.
Pelas boas ideias, pelas más ideias. Criar confusão com você virou parte do pacote.
Obrigada pelo melhor abraço do mundo, do qual eu não abro mão mais.
Obrigada pelas surpresas na caixa de correio e na porta de casa.
Obrigada por aquela noite, em que eu senti que fazia sentido, insistir em ficar por perto.
Aquela mesmo, cheia de lágrimas, e silêncio, e tic-tacs.
Obrigada pela confiança e cumplicidade.
Por matar a minha carência quando estavamos menos sóbrios.
Por matar a minha saudade, quando eu mais preciso.
Obrigada pelos depoimentos que acabam sempre por me emocionar, ou acalmar os meus nervos.
Obrigada pelos momentos únicos, dignos só de você.
Obrigada por fazer valer a pena.

Já disse várias vezes, e não vou parar enquanto não entrar na sua cabeça:
Te vejo sempre, no portão 39, agora e daqui a dez anos.

26 de Julho de 2010

Let it be

Tanto tempo abandonado, pobre blog!
Desculpe pela falta de atualização. É que esse tipo de update você tem na cabeça, pra você mesmo, pros amigos mais próximos e merecedores de confiança.
Mas aí eu lembro que daqui a algum tempo, eu vou esquecer os detalhes, as sensações, as minhas reações diante do que a vida me propõe. E resolvi dar uma atualizada.
Teve toda essa confusão, das oportunidades surgindo simultaneamente,dessa puta pressão.
Aí uma sexta aí (hm, dia... 16 de Julho) teve o show cover do Beatles, o All You Need Is Love.
Não sou tarada nos Beatles nem nada, mas o show foi excelente. Não apenas pela incrível presença de palco e similaridade da banda com a original, mas pela sensação que isso me trouxe.
Roubando as palavras dos Beatles, "Let it be". Resolvi ligar o famoso "foda-se", e mandar toda essa pressão praquele lugar. O que eu quero, como eu quiser, quando eu quiser. E os que querem ficar por perto nessas condições, que fiquem.Também não vou ser uma selfish bitch que não liga pra ninguém. Mas tenho que estabelecer prioridades, e se eu não cuidar do que é bom pra mim, quem vai?
E nesse estado de completo relaxamento, eu exagerei na dose. E fiz o que me deu na telha, com toda a vontade. E não me arrependo. Sei que passei da conta muitas vezes, mas a terapia que isso foi.. é impagável.
E isso me fez me estabelecer muito melhor, aceitar melhor as circunstâncias da vida e do que acontece comigo.
E quer saber? Não acho que vou abandonar isso tão cedo. Claro, vou controlar mais os meus impulsos,
mas isso, de agir estritamente de acordo com o que eu penso, vai permanecer. Sou eu, em carne e raio X.

(Nota de rodapé para mim mesma:  caso tenha que lembrar as datas coerentemente, vou usar como ponto de referência o fato de um dia depois ter rolado o Evanave,de onde fui para a savassi depois (17 de Julho) e uma semana depois estava naquela festa com Maru e primos - hm, no dia em que andei com a Isa pela Afonso Pena e Contorno, como prostitutas. Um caso engraçado, que não vem ao caso. Hm, isso deve servir para me situar no tempo.)

26 de Julho de 2010

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Let me!

Sabe o que que é?
Isso de ter que medir bem as coisas, ser racional, e se limitar à pensar nos outros..
Queria mais é meter um foda-se e fazer as coisas no tempo e na intensidade que eu desejo e mereço.
Ser mais direta, e as pessoas serem mais compreensíveis.
Mas isso é no meu mundo. Nesse aqui, sei que não acontece desse jeito.
Vocês não vão parar de me olhar com esses olhos de "Decidiu, nega?"
Você não vai parar de me atormentar todo dia entre as paredes da minha casa.
O tempo, esse mais do que tudo, não vai me dar uma folga.
E as férias... Que férias? Meu tempo pra mim, pra me por no lugar?

Que diabos! Eu não consigo tempo pra pensar, e ficam me exigindo fazer tudo direito.
Cadê a porra da liberdade? As pessoas parecem ter um problema com liberdade.
Nessas horas ser sensata é pura dor de cabeça.
Diabos!

Pffff

Panela de pressão.




Aqueles barulinhos de explode-não-explode. Vou enlouquecer.
Mais alguns dias fazendo pros outros, pelos outros, não fazendo pra mim pelos outros, por causa dos outros...
Vontade é de mandar os outros irem me procurar lá, naquele lugar!
Mas logo vou querer eles por perto, que eu sei. Então fico aqui, esquenta, aperta, não tem mais onde apertar.
Sou uma panela de pressão. E quando eu explodir, sai de perto!

Me falaram hoje " a nossa liberdade é o que nos prende"
Pura verdade. Tanta liberdade faz a gente pensar demais, se conter demais, querendo fazer tudo..
Tudo, tudo, pff, pff, voz dos outros, vontade dos outros, tudo, nada...

Maldita panela de pressão!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

It takes a crane to build a crane
It takes two floors to make a story
It takes an egg to make a hen
It takes a hen to make an egg
There is no end to what I'm saying

It takes a thought to make a word
And it takes some words to make an action
And it takes some work to make it work
It takes some good to make it hurt
It takes some bad for satisfaction

Ah la la la la la la life is wonderful
Ah la la la la la la life goes full circle
Ah la la la la la la life is wonderful
Ah la la la la

It takes a night to make it dawn
And it takes a day to make you yawn brother
It takes some old to make you young
It takes some cold to know the sun
It takes the one to have the other

And it takes no time to fall in love
But it takes you years to know what love is
And it takes some fears to make you trust
It takes those tears to make it rust
It takes the dust to have it polished

Ah la la la la la la life is wonderful
Ah la la la la la la life goes full circle
Ah la la la la la la life is wonderful
Ah la la la it is so...

It takes some silence to make sound
And It takes a loss before you found it
And It takes a road to go nowhere
It takes a toll to make you care
It takes a hole to make a mountain

Ah la la la la la la life is wonderful...



- Life is wonderful,
6 de Julho de 2010
Applying moisturizer in the microwave window
For the tenth time, he should've called me an hour ago
Would he be here with flowers if i lived in arizona?

They say there's no love left in the big cities, it's kinda true
I guess you'll find me coming soon to a small town near you
I'll sell my guitar so i can buy myself a tractor

Fuck this, this can't be my life
I moisturized ten times tonight
Why can't i sit down and write,
Bring this question to light?

Do you want a lover, or do you want a life?
One hand or the other, the butter or the bread knife?
Do you choose winter, spring, summer, or fall?
It's driving me crazy that I can't have it all

If these walls could talk, they'd probably cry out for mercy
'til i'm outlined in chalk, I'll be romantically thirsty
So i drink and drink from the proverbial time sink

Fuck this, this can't be my life
Tears flowing in full force tonight
Why can't I sit down and write,
Bring this question to light?

Do you want a lover, or do you want a life?
One hand or the other, the butter or the bread knife?
Do you choose winter, spring, summer, or fall?
It's driving me crazy that I can't have it all


Do we hold the future, or does it come in peace?
And if it's in my hands, are you sure it should be in brittle hands like these?
Life, love, and the pursuit of all the things they promised me
Can i have all of the above? are the best things in life truly free?

Do you want a lover, or do you want a life?
One hand or the other, the butter or the bread knife?
Do you choose winter, spring, summer, or fall?
It's driving me crazy that I can't have it all


- can't have it all, Jay Brannan
about 6th, July.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Salvation

- Tudo certo na bahia
Brisa boa de meu deus
 
Eu foco os olhos no travesseiro branco pra ter certeza
que em volta é a Bahia.
Pra sentir aquele cansaço de leve, porque passei a tarde
pulando nas ondas com meu vestido branco de renda.
Todos nós nos molhando, e rindo.
Aquelas pessoas que eu amo; que sorte ter as 
encontrado! Não teria sido assim se eu tivesse trilhado
caminho diferente... A onda bate e me tira dos poucos
segundos de transe histórico.
Estou aqui, estou aqui, estou aqui.
Tem esse cara, menos importante nas circunstâncias
atuais, que me levanta do chão e corre em círculos comigo.
Na verdade mal o conheço. Que é que ele faz aqui?
Me lembrando que há sempre um amanhã,  e novos
sentimentos para  novas e velhas pessoas...
 
Ancorar meu barco junto ao seu
Liberdade deus me deu
 
 Ah o amanhã...
 
E de manhã
Acordar com cheiro
Misturado seu e meu
Por tudo que aconteceu
 
As águas correm entre minhas pernas, e é hoje
de novo, na Bahia.
Que seja em NY! Ou naquele lugar que você nem
sabia que existia.
 
E de noitinha
Faça um cafuné mainha
Tome um banho de bahia
Que painho é todo seu
 
É a noite, no quiosque, com a maresia trazendo as historias. 
Cobertores e aquele drink tropical home-made. 
Ainda tem gente dentro da casa, as luzes estão acesas.
Agora não tem música. É silencio amigo. Veja só onde chegou!
Onde as circunstâncias te levaram...
Paz.
Não falo de uma vida serena e sem dificuldades; mas real.
Real, mas bem vivida...
Suas escolhas te trouxeram aqui, lembra?
 
Hoje eu estou dentro da música. Talvez sou eu quem está
fazendo a música... Vai saber. Só sei que eu sinto. 
E agradeçocom meu cúmplice silêncio. É a esperança, 
criando a paz e a felicidade leve em que estou agora.
E os sonhos são embalados pela noite, que traz o céu, 
janela para a minha eterna Bahia de Saulo.
 
Estou andando pela avenida de pequenas lojinhas. 
Olhando à esquerda, pequenas luzes - lindas! - a uns dois 
ou três metros iluminam o caminho. Volto o olhar pra direita,
e aquele sorriso ilumina minha vida inteira.
Andando abraçados pela pequena rua de pedras, seus braços
envolvendo meu casaco marrom.
Estamos indo pra casa. 
 
Em volta meu quarto,
da mesma maneira que estava quando o deixei. 
Mas algo está diferente.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Me lembra Saramago e sonhos.

O céu, o outono, o homem e a mulher


Havia um banco. Um banco branco. Um banco branco, grande, de granito, frio, feio, triste e sozinho, no meio da praça. Sobre o banco, havia um homem. Sob o homem, havia um banco.
O homem era alto e magro, e, sob os cabelos encaracolados, seus olhos estavam fixos em um jornal. O homem lia.
Por uma porta de madeira (que separava aquele mundo real do imaginário), entrou a mulher. E, junto da mulher, sem convite, entrou a brisa musical do outono que se despia de suas folhas secas e mortas.
A mulher era ela, nem alta nem baixa, nem gorda nem magra, era apenas ela, mulher, mente e alma. Trazia consigo uma musica, e, com ela, o mundo dançava.
A mulher, harmoniosa em si, sentou-se no banco branco ao lado do homem que lia o jornal.
O céu, acima das cabeças do homem, da mulher e da frieza do banco, olhava para baixo, acolhedor em seus leves tons pasteis. Era azul e amarelo, era um céu de outono que alegrava o coração da mulher.
Tem coisa mais bela e perfeita que o céu? Ele é por ser. Não se compara, simplesmente é.
E o homem olhou para a mulher, enfeitiçado pelos seus pensamentos alheios.
E a mulher olhou para o homem, curiosa em sua estampa.
E enquanto ambos se contemplavam, uma águia viril entrou pela porta. A porta caiu, a musica se esvaiu, o outono se foi.
Todas as coisas mais belas daquela manhã de maio se esconderam em suas tocas, mas o céu por lá ficou, em sua magnitude, sereno. Ele foi o único que percebeu.
Envoltos pelos ventos cortantes que chegavam com pressa, a mulher e o homem continuavam a se encarar. Vez ou outra, a mulher murmurava uma melodia de verão. E o homem sorria um pouco mais.
Passaram-se mais três estações, até as primeiras palavras ditas, estilhaçando o silencio em pequenos cacos de saudade.
E a mulher e o homem conversaram por alguns minutos até começar a chover. O homem virou-se e foi embora, protegendo-se com o jornal. A mulher por lá ficou, observando os lamentos do choro do céu a presenciar mais um final infeliz. 

 Ctrl C Ctrl V de As maravilhas do país de Alice. Optei por não mudar uma vírgula de lugar.

Recaída

Te ver e não te querer
É improvável, é impossível
Te ter e ter que esquecer
É insuportável
É dor incrível...

Chega a ser incrível como conseguem criar uma melodia alegre pra isso.

25/06/10 - 1 ano sem Michael. Não escrevo mais nada, pois não encontro palavras.

domingo, 20 de junho de 2010

E não é que tem?

No arrefecimento das minhas vontades , quando a esperança ia devagar ao encontro da morte - seria mesmo ela a última que morre? Ou é sua ruína que faz sucumbir todo o resto? - Como seja, o que é certo é que quando me aproximava de pular no vão do desapontamento, esparge da já fina fresta a existência daquilo que procurava, dessa vez em um vão diferente. Sopra em mim todo o ar, que arrulha:

  Ainda há fogo que não cedeu às águas estéreis.
 Fogo que teimou em arder sem se render ao vão; um vão que nesse contexto já não posso atribuir nenhum dos significados anteriores, pois carrega um outro peso: o comum à maioria medíocre e inepta, que existe, mas nada é.

  E digo com certeza, com a voz de quem passou por esse breve, mas incitante contentamento:
  A esperança só vem de quem é.

sábado, 19 de junho de 2010

Nada passa, nada expira
O passado é
um rio que dorme
e a memória uma mentira
multiforme


Dormem do rio as águas
e em meu regaço dormem os dias
dormem
dormem as mágoas
as agonias,
dormem.

Nada passa, nada expira
O passado é
um rio adormecido
parece morto, mal respira
acorda-o e saltará
num alarido.

O vendedor de Passados, Pag. 4

Comecei a ler faz poucos minutos. A coragem veio de umas páginas folheadas que me chamaram a anteção.
Algo sobre nunca amar assim, com paixão.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Rascunho - Personagens

Escritora. Não tem grandes obras publicadas, vez ou outra suas palavras ocupam coluna nas páginas finais de um jornal ou outro.. Mas não importa, não as faz para mostrá-las, e sim para venerá-las em sonho, com todas suas imperfeições, assim como observa o ser humano.Usa calças de moletom cinza, carregando uma xícara gorda de café com as duas mãos, caminhando em direção ao computador pra escrever alguma boemia qualquer. Ela fuma um cigarro, dois...Os coloca de lado,ajeita os óculos e faz alguma escultura com as mãos.


Não escrevo uma continuação mais para não perder a liberdade da personagem.Que tenham mais dessas personagens autênticas, surpreendentes, viciadas em taças de champagne ou em xícaras de café e doces textos sem palavras.

domingo, 30 de maio de 2010

Sobre sapatos e alguém.

Não sei se é porque ontem eu praticamente me afoguei em sapatos novos, se as compras inusitadas me fizeram ter vontade de mudar tudo de lugar (guarda-roupa virado do avesso!) ou se é apenas pela satisfação desse ser meu último texto destinado à esse assunto que parecia sem fim. Mas aí vai o último apego ao passado, feito à alguns dias atrás.

Pois bem. Hora ou outra, precisamos de sapatos novos. Tem muitos sapatos no mundo, todos sabemos. Mas existem os de boa e péssima qualidade. Os quebra-galho, que não é lá essas coisas, mas auxilia na falta de coisa melhor. Tem aquele simpático, mas que não te conquistou por inteira. O sapato de salto lindo, mas que dói o pé. Tem que saber escolher. Ou então lidar com o calo do dia seguinte. Dinheiro mal investido.
Então o que me impede de comprar novos sapatos - pois ando bem precisando! - não é a falta de oferta, não senhor, e agradeço!
Bem pelo contrário: como não estou lá desesperada pra entrar na primeira loja, avalio bem minhas opcòes. Me chame de fresca, eu chamo isso de bom gostou - e uma pitada de precaução. Mas não é esse o rumo que quero tomar pro assunto.
 O inevitável é que, enquanto demora a troca, os velhos sapatos continuam necessários. Não adianta me vir com essa de poder andar descalço, que isso é pra poucos - pouquíssimos.
 Pois bem, eu preciso de novos sapatos. Mas ainda visto os velhos, e sei bem que não sou capaz de tirá-los antes de encontrar meu próximo par.
  Busca-se o novo, mas na certeza tímida e silenciosa de que os velhos por muito tempo lhe couberam, e seus pés a muito se adaptaram...

24 de Maio de 2010

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Leve. Leve tudo...

E eu falando que nada de fora podia tirar a dor que estava aqui dentro!
Pois umas palavras amigas me deram a ferramenta que faltava pra eu tirar a sua foto da minha parede.
Agora estou leve, sem aquele peso todo que eu carregava nos ombros..
Agora a saudade é saudade, saudável. E não aquela tristeza amarga, que me impedir de seguir adiante.
Tudo bem, tudo bem: agora dá pra pensar nos bons momentos de você, e qualquer nuvem que aflore aqui, não tampa o sol inteiro quando eu sorrir.

 Um novo maio de 2010.


quarta-feira, 26 de maio de 2010

Se a gente ainda existisse em Julho..

Notícias perderão todo o controle dos fatos
Celebridades cairão no anonimato
Palavras deformadas
Fotos desfocadas, vão atravessar o atlântico
Jornais sairão em branco
E as telas planas de plasma vão se dissolver
O argumento ficou sem assunto.
Vai ter mais tempo pra gente ficar junto
Vai ter mais tempo pra enlouquecer com você
Vai ter mais tempo pra gente ficar junto
Vai ter mais tempo pra enlouquecer...
Os políticos amanhecerão sem voz
O outdoor com as letras trocadas
Dentro do banco central o pessoal vai esquecer
Como é que assina a própria assinatura
E os taxistas já não sabem que rua pegar
Que belo estranho dia pra se ter alegria
E eu respondo e pergunto.
É só o tempo pra gente ficar junto
É só o tempo de eu enlouquecer por você
É só o tempo pra gente ficar junto
É só o tempo de eu enlouquecer...
Alarmes já pararam de apitar
O telefone celular descarregou
O aeroporto tá sem teto
E a moça da tv prevê silêncios e nuvens
A firma que eu trabalho faliu
E o governo decretou feriado amanhã no Brasil
Será que é pedir muito?


É só um jeito de enlouquecer.. Se ainda existisse você.

First days of May/2010

terça-feira, 25 de maio de 2010

Nota de rodapé

Só pra deixar registrado que o ritmo rápido dos posts ( com assunto um bocado repetitivo, diga-se de passagem) é pra atualizar logo meu estado de espírito.
Afinal já passou uma semana das boas notícias, e eu não cheguei nelas so far.

E pra não ficar só nesse detalhe, fica mais um bookmarking que eu não resisti de postar *-*


Don`t know, but I think my motherly soul has been waay too high these days.

For the record


 Just don't forget to exercise your ability to put real things in it.

( aah, malditos intrigantes bookmarkings! Perco horas do meu dia vasculhando essas coisinhas)

segunda-feira, 24 de maio de 2010

você, você, você... chega de vocês!

Não é nem sequer uma palavra bonita.
( mantendo as datas. Viu? Num raio de 2 horas, eu estou seguindo o roteiro direitinho. Parabéns pra mim? hahaha)

Eu já não sei
Se fiz bem ou se fiz mal
Em pôr um ponto final
Na minha paixão ardente
Eu já não sei
Porque quem sofre de amor
A cantar sofre melhor
As mágoas que o peito sente
Quando te vejo e em sonhos sigo os teus passos
Sinto o desejo de me lançar nos teus braços
Tenho vontade de te dizer frente a frente
Quanta saudade há do teu amor ausente
Num louco anseio, lembrando o que já chorei
Se te amo ou se te odeio
Eu já não sei
Eu já não sei
Sorrir como então sorria
Quando em lindos sonhos via
A tua adorada imagem
Eu já não sei
Se deva ou não deva querer-te
Pois quero às vezes esquecer-te
Quero, mas não tenho coragem

- Eu já não sei, Roberta Sá.



Tudo bem, a letra é bem lugar-comum. Mas vai ver é nesse lugar que eu estou.
Enquanto as coisas que me lembram você não param de me lembrar de você, eu sigo ouvindo essas letras que tem a ver com você, esperando que um dia eu siga meu próprio conselho.
" Don't you know you must find a better place to play?"
Mas essa também me traz a lembrança amarga daquele último dia cinza...da ausência de você.

É por isso que a palavra VOCÊ me irrita tanto, assim mesmo, maiúscula e em negrito. Porque à cada 10 vezes que eu escrevo essa palavra aqui, 11 se referem.. à você.

Então, esse aqui tá por volta de começo de maio/2010.

Desaparece, desaparece, desaparece...

Jurei não mais amar pela décima vez
Jurei não perdoar o que ela me fez
O costume é a força que fala mais forte do que a natureza
E nos faz dar provas de fraqueza
Joguei meu cigarro no chão e pisei
Sem mais nenhum aquele mesmo apanhei e fumei
Através da fumaça neguei minha raça chorando, a repetir:
Ela é o veneno que eu escolhi pra morrer sem sentir
Senti que o meu coração quis parar
Quando voltei e escutei a vizinhança falar
Que ela só de pirraça seguiu com um praça ficando lá no xadrez
Pela décima vez ela está inocente nem sabe o que fez

- Pela décima vez, na voz de Roberta Sá.
 
  Pela décima vez, desaparece!
  Porque da primeira você não levou a sério. Se embriagou, e tomou coragem pra insistir. 
  Agora que eu não profiro palavra alguma, que a vontade fica só aqui dentro, você some, mas não some por inteiro. Deixa o seu fantasma, sua imagem torta pra me perturbar e rir da minha fraqueza.
  Quando eu arrepiava por inteira ao seu toque, você continuava a me beijar e a infiar essa sua língua cheia de lábia e hipocrisia no meu corpo trêmulo. Você se diverte com as minhas emoções, porque não tem a sensibilidade de lidar com elas. Nem com as minhas, nem com as suas, nem com as de ninguém.
E eu digo que você é incapaz de amar, e o que você faz? Jorra todo o seu amor em mim, pra provar que estou errada, e só pára quando já satisfez a sua vontade e encontrou coisa mais interessante pra fazer.
E eu? Não que você tenha perguntado, mas eu fico aqui, entre o o chão frio em que você me deixou da primeira vez - aquela, da qual você se arrependeu, é isso? - passando pelo abraço que você tanto pediu e eu não neguei - claro, força o arrepio pra matar a sua sede egoísta de mim! - e o mar que eu tinha reservado pra nós, mas você nunca chegou a ver. Porque a sua pressa é tanta, e a tua fome é muita...

primeira(s) semana(s) de maio/2010

Fato:

Tenho que começar a datar os meus textos.















Porque uma coisa já ficou clara: 

o que nada na minha mente,
ou o que afunda subitamente
eu não consigo s i n c r o n i z a r,
com o que flutua cronologicamente.
  
Rimou sem querer, juro.

domingo, 16 de maio de 2010

Ponto final. Ponto de partida.

Alegria
Era o que faltava em mim
Uma esperança vaga
Eu já encontrei.
Teus carinhos que me faz
Me deixe em paz
Não te quero ver
Para nunca mais.
Eu sei que teus beijos e abraços
Tudo isso não passa de pura hipocrisia
Já que tu não és sincera
Eu vou te abandonar um dia.
A sorrir
Eu pretendo levar a vida
Pois chorando
Eu vi a mocidade perdida.
Finda tempestade
O sol nascerá
Fim dessa saudade
Hei de ter outro alguém para amar.
- Alegria / O sol nascerá, na voz de Roberta Sá.

Essa coleção de Roberta Sá... Domingo agora tem Saidera da Comida Di Buteco.
E quando tocar essa ou aquela, é hora de abandonar esses meses desperdiçados e compensar a vida com coisa melhor.
 Na verdade, eles já estão lá atrás... Aqui fica só os restos das palavras que eu solto, pra limpar de vez a bagunça que você deixou na minha caixa de memórias..

sábado, 15 de maio de 2010

Samba de amor e ódio

Não há abrigo contra o mal
Nem sequer a ilha idílica na qual
A mulher e o homem vivam afinal
Qual se quer
Tão só de amor num canto qualquer.
Erra quem sonha com a paz
Mas sem a guerra
O céu existe pois existe a terra
Assim também nessa vida real
Não há o bem sem o mal.
Nem amor sem que uma hora
O ódio venha
Bendito ódio
Ódio que mantém a intensidade do amor
Seu ardor, a densidade do amor, seu vigor
E a outra face do amor vem a flor
Na flor que nasce do amor.
Porém há que saber fazer sem opor
O bem ao mal prevalecer
E o amor ao ódio incerto em nosso ser se impor
E a dor que acerta o prazer sobrepor
E ao frio que nos faz sofrer o calor
E a guerra enfim a paz vencer.

- Samba de amor e ódio. Na voz de Roberta Sá, sempr

 que ainda há amor, amargando o canto dos copos e impedindo que a paz finalmente me leve embora daqui...

Enquanto as gotas caem

e parece ser esse o caminho, de vez...

  Você não pára a paz das gotas do chuveiro pra lembrar da gente, cantando aquela música no timing perfeito e beijando no sofá... Eu lembro da música, de como você se ajeitou grande no pouco de espaço, no pouco de mim... Naquela época a gente não sabia...
  Você não viaja pra fora da sala, pra fora do quente contra vontade, quando escuta coisa qualquer que lembre de mim..
  Injusto, porque eu só conheço minha dor, o meu lado sozinho.. Também, do que adianta você sentir qualquer coisa que seja? Você não se importa nem com os outros nem com você. Você não tem dor pra suportar. Você tem suas musicas e seus vícios. E suas mulheres, quem sabe.. Elas não estavam lá naquele quarto de hospital, naquela noite em que eu esqueci meu sutiã embaixo do sofá até o dia seguinte... Mas não importa, não é? Você só quer alguém pra provar que pode amar. Não fui em quem disse que você era incapaz? E a que menos acreditava te amou. Te aguentou por mais de 8 horas. Por mais de 5 meses. Por mais tempo do que na verdade, suportava. Mas isso não importa, não é?
  E você não tem que se importar com nada disso. Você tem os seus vícios, o seu foda-se. Eu só tenho os pedaços de mim que você jogou no chão e não teve nem a decência de ajudar a catar..

Abril/2010

Desabafo (perdi-a-contagem-do-número)

As coisas acontecem num ritmo estranho, não é?
  Quer dizer.. pensa comigo, Destino: Você se envolve com um cara que no fundo, não estava tão com você assim. Você cai fora, e se joga logo nos braços de outro, pra ver se consegue seguir adiante de uma vez. Esse outro gosta de você, e você nem nota. Porque não notou?
  Oras, tanto faz, ele se mostrou um "ótimo" genérico do outro, você não aguenta uma segunda dose. Mas aí vem a ironia da coisa: O amigo, estudante de engenharia, papo descontraído, mas interessante também... O aspecto físico também era de todo, agradável. Não que fosse o mais importante, mas não dá pra deixar de notar os olhos azuis contrastando com o sorriso e a pele branca, tudo meio infantil, mas muito maduro por outro lado.
 E o que raios esse outro amigo tem a ver? Você ainda me pergunta, Destino? Acontece que esse amigo tava de olho, foi se aproximando de leve, mas respeitou o certo espaço que o genérico tinha. Ele tinha visto primeiro, esse tipo de coisa, sabe?
 Aí a boba aqui acha que o amigo não vai investir rápido o suficiente, e dá de ombros, fica com o genérico mesmo, larga o genérico mesmo.. E espera uma oportunidade pra continuar a conversa com o amigo.
Só que o amigo agora namora. E namora muito bem. Tão bem.. Problema nenhum, o cara tá feliz, pelo menos alguém encontrou alguém com quem desse tão certo.
Qual o problema então, Destino? É que esse amigo, está vivendo o meu namoro.
Aquele namoro que eu peço pra você sempre que me lembro, e você insiste em desviar do meu caminho.
  Talvez não seja hora ainda.. talvez o que é meu tá guardado.
   Só pensando assim pra seguir em frente, em meio à esses namoros de shopping e ao caos dos sentimentos.
 É, amigo, ainda vai ter eu e meu brother companheiro. Com as 11 letras, e toda a intensidade!

Nine

é como se todas essas mulheres, todas as 9, coubessem em uma só.

Demorei muito pra finalmente escrever um pouquinho sobre o assunto, mas finalmente vou soltar uns comentários sobre o musical Nine, de Rob Marshall. Isso vai ficar cheio de opiniões e vídeos, provavelmente nem eu vou ler isso tudo de novo, então primeiro, fica o trailler, que é o que desperta o interesse inicial num filme, certo?


A primeira vista é sim um tanto quanto raso, o enredo. O objetivo pareceu juntar artistas consagrados para garantir público, e realizar alguma fantasia de fazer um musical. Mas as cenas, os figurinos, a intensidade das apresentações é realmente indefectível. A forma como foi colocado o sexo pra mim é indefectível. Marshall conseguiu se equilibrar na difícil linha entre a cliassificação-14-anos e o vulgar, dando uma conotação mais real e ainda assim, artística para a sensualidade. Impossível não reparar na beleza do figurino, do cenário, e porque não, das atrizes. 
 Discordo com a maioria quanto à performance de Kate Hudson com "Cinema Italiano". Pra mim, incorporar aquele lugar-comum cheio de pop-hit e prateado saiu completamente do
clima do musical. Mas nada que tenha me desagradado profundamente, especialmente porque fui recompensada com uma atuação realmente reveladora da Fergie - isso mesmo, "Be Italian" fez com que eu reconhecesse algum talento de verdade na moça. Vi uma entrevista com ela, em que ela afirmava a importância do papel pra ela, e eu a entendo perfeitamente - fazer um musical deve ser o sétimo céu! Vale a pena deixar esse aqui também:

 Além de tudo, a participação de Nicole Kidman foi divina, e a força de sua personagem Cláudia caiu como uma luva na mão dessa atriz cheia de personalidade.
  A pérola de todo o musical pra mim é a Marion Cottilard, no papel de  Luisa Contini, mulher de Guido (Daniel Day-Lewis). Na sua performance de "Take it All", me fez vibrar de vontade de estar no lugar dela, despejando toda a frustração com tanta classe, poder e profundidade. Não vou contar toda a trama, até porque musicais são feitos pra se apreciar com o que cada um tem por dentro, e não ser visto de uma maneira só. Mas me despertou muita coisa que eu percebo à minha volta, o perfil de Guido. Isso, só assistindo pra captar.
  Claro que eu juntei as cenas mais ricas envolvendo Luisa e Guido.
A delicadeza do personagem de Luisa me encanta, a interpretação de Marion foi tão rica, que eu pude criar toda a história que não foi mostrada na minha cabeça, e sentir como se fosse comigo. Não que fosse muito difícil, porque podemos encontrar vários Guidos por aí, prontos para quebrar as pontes entre os corações e os caminhos... Mas isso já é outra história.
  A indiferença, a sensação de que o amor de Luisa por Guido só é válido quando ele já se encontra sem ninguém, sem nada.. Que ela é o que lhe resta de bom, mas só o que resta, e isso não é suficiente pra ninguém... Ah, como a gente consegue se encontrar nas histórias dos filmes, né? Ele estava ocupado demais com o universo dele, pra perceber que ela não fazia parte dele...Como Luisa diz, "Você está muito ocupado inventando sua própria vida". 

Mas como eu disse, isso já faz parte de outra história.. E provavelmente eu não vou demorar muito pra desabafar sobre ela também.
  Fica por fim os minutos iniciais do filme, que já dá uma idéia do clima que nos espera no resto do filme. Se eu pudesse, morava nesses primeiros minutos!