Se você soubesse, não guardava tanto assunto pra você, não gastava qualquer um com as suas bobagens, afinal, quem vai querer saber? Eu quero. Quero bastante, até. Não preciso, é bem verdade, mas que mal faz querer um pouquinho? Um pouco de bossa, um pouco de riso, um pouco de rock, um pouco de papo; que mal faz se as horas passarem sem a gente sair do lugar?
Se você soubesse, não seria assim tão distante. Chegaria mais, pra comentar que engraçado é aquela ali no canto, tá vendo? Tô. Sabe aquela filosofia nova que eu resolvi seguir? Sei. Mudei. De novo? É. E aí? E aí que só. Não veio outra ainda, mas sabe aquela piada?
Se você soubesse, não seria assim tão estranho, que a gente se juntasse num bar. Uns amigos e um violão, umas cervejas, fumaça de cigarro, tchau, até a próxima. Até!
Se você soubesse, não ficaria assim tão aflito. Que eu tô aqui, pra quando você se sentir sozinho, pra quando você estiver com raiva do mundo, triste com tudo ou com nada, perdido dentro de você. Você não estaria assim, tão assim, pequenininho, se quisesse ser de vidro no meu colo e só, esquece o mundo e tudo que te distrata. Diz meu nome baixinho que eu vou. Vou sim, e vou rápido.
Só não te conto isso pra você não contar vantagem, sabe? Porque é mais gostoso você me chamar sem saber se eu vou, é mais bonito eu saber que você arriscou, sentiu o frio na barriga com medo d'eu dizer não. Mas eu digo sim, sabe? Sabe nada. Mas se soubesse não estaria assim, perdido no mundo, perdido dentro de mim.
[12/08/11]
