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É preciso estar atento e forte: a má notícia é que as coisas mudam. Calma, a boa notícia é que as coisas mudam.
No meio disso tudo, eu escrevo...

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Jack Kerouac sacando minha espiritualidade

"[...] Ele comeu o queijo e o pão e tomou o vinho com gosto e gratidão.  Lembrei-me do verso no Sutra do Diamante que diz: 'Pratique a caridade sem ter em mente nenhuma concepção a respeito da caridade, porque caridade, apesar de tudo , não passa de uma palavra'. Era muito devoto naquele tempo e praticava minha devoção religiosa quase à perfeição. Mas, com o tempo, acabei ficando um pouco hipócrita em relação à minha pregação, além de me sentir um pouco cansado e cético. Porque agora estou tão velho e tão neutro... Mas naquele tempo eu realmente acreditava na caridade e na gentileza e na humildade e no zelo e na tranquilidade neutra e na sabedoria e no êxtase, e acreditava ser um antigo bhikku com roupas modernas vagando pelo mundo (geralmente percorrendo o imenso arco traingular de NOva York até a Cidade do México e até São Francisco) para fazer girar a roda do Verdadeiro Significado, ou Darma, e conquistar méritos próprios para me tnrasformar em um futuro Buda (Despertado) e um futuro Herói no Paraíso. Ainda não tinha conhecido Japhy Ryder, isso aconteceria na semana seguinte, nem tinha ouvido falar de nada parecido com "Vagabundos do Darma" apesar de naquele tempo eu ser um perfeito Vagabundo do Darma e me considerar um andarilho religioso. [...]"

- Os vagabundos iluminados, Jack Kerouac, pág.8