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É preciso estar atento e forte: a má notícia é que as coisas mudam. Calma, a boa notícia é que as coisas mudam.
No meio disso tudo, eu escrevo...

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Ahnuncionão

Precisa-se de amor
Precisa-se de caber em algum lugar
Precisa-se de não precisar anunciar.

Breu. Adeus.

Ela ergueu-se nos pés descalços
balançou titubeou sambou e se jogou
no precipício do banco
cinza
concreto
Dilacerou a alma no meio da grama
Entrelaçou-se na árvore e lá largou o desespero
como cachorro que fica sem dono
Mergulhou na água turva da lagoa da Pampulha
Ele, que olhava de longe
nem tão distante
Nó no seu coração dilacerante de si, cortante
sangrou na grama por caminho semelhante
em pingos
Não contou as gotas, estava certo
Quis - ou a falta de opção não seria de fato um querer? - deslizar
largar seu corpo à próxima sorte - que azar ainda poderia vir? - largar tudo
Agarrar-se tão somente ao desgarrar, rasgado demasiado que estava
E dançou cambaleante o caminho gramaárvoreágua
hipnotizado por ela, pela primeira vez em tempos tinha um norte
Amante-Mãe-Morte
E embrenharam-se os dois no escuro
Uniram o uivo silencioso do não mais viver
E se fizeram desaparecer
Na água turva da lagoa
Morreram juntos