Em seus edifícios, quadros e narrativas a humanidade se prepara, se necessário, para sobreviver à cultura. E o que é mais importante: ela o faz rindo. Talvez esse riso tenha aqui e ali um som bárbaro. Perfeito. No meio tempo, possa o indivíduo dar um pouco de humanidade àquela massa, que um dia talvez retribua com juros e com os juros dos juros.


- trecho de Experiência e Pobreza, um ensaio de Walter Benjamin.

Da essência, da forma mais simplista.

Sabe quando pessoas vão à floricultura, buscando por flores pra enfeitar a mesa da sala, ou presentear alguém? Já percebeu os seus rostos frustrados, quando vêem as flores mais lindas, e quando chegam mais perto percebem que são artificiais? Se você conheceu alguém que goste delas, vá lá, tem quem prefere a praticidade. Mas a grande maioria não se contenta com a beleza instantânea e comum das flores de plástico.



Pessoas querem pessoas, e não pessoas de plástico. Querem encontrar aquelas que se diferenciam em tons, que têm uma ou outra pétala mais murcha, mas não perdem sua beleza, porque são reais. São flores que se adaptaram ao ambiente, desenvolveram suas particularidades, não se produzem em massa, e por isso, são insubstituíveis. As flores de plástico? Vá lá, tem quem goste da praticidade de pessoas artificiais; mas nunca se vê alguém estudando uma flor de plástico. Quem realmente se interessa por conhecer o outro, não procura por artificialidade; beleza pronta e superficial. Esses querem as flores de verdade, as pessoas insubstituíveis.


Flores de plástico não morrem, mas não vivem.


[texto sem data]

Passam os prédios, o tempo, os postes

A vida gasta as solas dos sapatos,

Os laços enrolam a fé em novos abraços

Pessoas, perdidas, pedidos, partidos

São os corações que acreditam

Como fênix voltam a ver os olhos

Os prédios, o tempo, os postes

Tormento. Constante. Vivendo

E sobram os sagrados momentos de alegria

Imploro! Mantenha-os intactos.

[03/03/10]