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É preciso estar atento e forte: a má notícia é que as coisas mudam. Calma, a boa notícia é que as coisas mudam.
No meio disso tudo, eu escrevo...

domingo, 26 de setembro de 2010

Fala comigo.

E que eu sei o quanto você tá passando um apertado, por essas bandas. E que vontade eu tenho de te abraçar e ouvir seus desabafos! Sei que eles não o fazem como eu faria. Te diria que estaria aí, afagando esses seus cabelos desgrenhados ao pé da cama, abraçando sua blusa xadrez até você sentir vontade de amassar meus ossos. E como não posso fazer isso daqui, de fuso-horários de distância, te abraçava de longe, com as palavras e os dedos miúdos. Mas você não me quer por perto, não é? Saudade ruim do que você não deixa eu ser... Te faria tão bem... Porque não acredita?
Quando que surgiu a palavra amizade, mesmo? E eu estava tão feliz pela primeira vez com o pouco que você propunha... Nem queria todo o seu mundo, que você tão frigidamente dizia que era meu. Eu sei, é bobeira acreditar que você se doaria um pouquinho assim a quem quer que fosse que não fizesse um esforço cavalar. Mas é que eu queria tanto que não fosse assim, tão exagerado.Tem todo um muro ao seu redor, pra te alcançar tem que pular precipícios inteiros, talvez. Você é sempre assim, incorrigível... E ainda assim uma parte miúda e apertada em mim te dá as mãos, pedinte desse seu gênio indomável, dessa sua angústia reprimida que quer secar e não quer, não se apega a nada nem ninguém. No fundo você precisa, e muito! Para com isso... Será mesmo que você não aperta os lençóis mais do que deveria? Pra que tanta insistência, meu deus...Se solta logo. Ainda que não seja comigo, ainda que seja com a alemãzinha descarada que não sabe como é arrepiar com as suas mãos por perto, que não sofreu na sua ausência-presente, fria. Ela está doida pra dar pra você, afinal. Eu também estava, louca, subindo pelas paredes, implorando que a sua pinta no pescoço parasse de ser assim tão sua. Mas isso não importa, eu sei. Nunca te importou. Que não seja comigo, porque em mim você nunca achou aquilo que abre esse seu olhar oblíquo, mar verde de Hades, umas almas vazias e o que mais? Essa sua tal liberdade não serve pra nada, afinal?
Vê de perto a Alemanha que te cerca, que te enclausura, longe, inatingível... Não é o país nem as pessoas, e você sabe bem.

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