Achar nesse blog ou em links próximos:

.

É preciso estar atento e forte: a má notícia é que as coisas mudam. Calma, a boa notícia é que as coisas mudam.
No meio disso tudo, eu escrevo...

domingo, 11 de setembro de 2011

  A forma como Manuel Bandeira encara a morte é além de linda, sábia. Abre as portas para a sua chegada com uma serenidade resultado de longos anos convivendo com a ideia do fim. Quase que namora a morte, alguns dizem. Ela se torna coisa próxima, fazendo-se lembrar nas coisas grandes e pequenas da vida. E aí o poeta trata também a vida com respeito, sabendo aceitar sua fragilidade e descobrindo a beleza simples no existir.
 
  Não joguem pedras na morte. Ela está aqui para cumprir a sua função e só.
  Talvez não só...

 
                              Consoada


Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
Talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.
- Manuel Bandeira

Nenhum comentário: