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É preciso estar atento e forte: a má notícia é que as coisas mudam. Calma, a boa notícia é que as coisas mudam.
No meio disso tudo, eu escrevo...

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Que rolem os olhos dos santos...

Com a saúde meio capenga - mas de nível comparativamente irrisório para que eu possa ter a arrogância de reclamar -, adoro quando me prescrevem remédios cuja receita "não é olho de santo". Sabe, desses que você toma umas x ou y vezes, preferivelmente durante o dia, mas se for de madrugada, não tem problema, e se pulou um dia, compensa no outro e sua mãe diz, da mesma forma que sua avó dizia: "tudo bem, não é olho de santo".
  Isso de regra demais é complicado pra minha mente libertária, pro meu espírito sem muitas amarras. Falta-me disciplina pra tomar remédio na hora certinha, pra comer e dormir na hora saudável, amar quando é apropriado. Não cabe em mim  responder honestamente ao que penso somente quando é confortável para os egoístas e para os de barreiras sensíveis. Não conseguirei estar sempre disponível, nem posso - como é da natureza dos seres que evoluem - estar sempre certa. Não me é natural obedecer militarmente à positividade, tem que saber por o pé no chão às (muitas) vezes; mas também não vou me render quando a tv ou as pessoas na sala de jantar doutrinarem contrariamente aos meus sonhos.
  É que eu não sou olho de santo. E a vida também não é, rapaz: não tem regra, coisa certa, não tem fórmula pronta. Ainda bem! E o mundo tá nessa contramão absurda, de querer impor regras pra tudo, calorias por dia, etiquetagem, tempo pra diversão, limite pro que vem de dentro e quer sair, moralidade engessante... E mundo de bula, isso não é mundo pra se viver não!
  Meu coração é libertino; eu não sou olho de santo. E convenhamos, que santo se fosse santo mesmo, prezava é pela liberdade de poder ser sem restrições. Seria benevolente, esse tal santo, se permitisse ou criasse as condições para exaltarmos nossas capacidades e atributos e incapacidades, que são fugazes e diferente disso não conseguem prosseguir com sua existência indefinida. Santidade se veria se pudéssemos agir em concordância com nossa natureza própria; viver cada um do jeito que caber ao seu espírito que é único, e que portanto nao admite ser engessado pela moralidade e pela tradição.
   Fica, então, declarado: rasguem a bula; furem os olhos desses santos que não existem!

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