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É preciso estar atento e forte: a má notícia é que as coisas mudam. Calma, a boa notícia é que as coisas mudam.
No meio disso tudo, eu escrevo...

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Assim como esse texto, minha mente às vezes me lembra uma barata.

Caminho com minha calça larga e branca pelas ruas do meu bairro, cabelos presos pelo elástico verde e gasto num rabo que já caiu faz tempo.
"The Decemberists - Sons and Daughters" toca alto no fone de ouvido pela segunda vez desde que desci o elevador.
Passo em frente à banca da esquina, e me vem aquela vontade parcialmente aleatória de fumar. Aquela vontade que vem em momentos assim, e que é facilmente ignorável. E facilmente ignorável é também o "deixa pra lá", e acabo comprando dois avulsos, com a certeza de que um acabará amassado e jogado no lixo em breve.
Me arrependo pelo odor que fica na ponta dos dedos mais do que pelo meu pulmão em si. Se meu pulmão aguentou, junto de todo o resto do meu corpo, doses ridículas daquele dos olhos de ressaca, paciência, sobreviverá a uma fumacinha por 3 minutos.
Aliás, me surpreende o tanto que meu corpo foi, de certo modo, forte em situações nas quais quis fracamente sucumbir. Tudo bem, ele deu umas vaciladas feias nessa tentativa frustrada de se manter inabalado. Mas não custa valorizá-lo pelo esforço, que a minha cabeça por outro lado não teve a decência de fazer, inescrupulosamente levando o resto junto. Puta traidora...
Jogo o segundo cigarro no lixo e passo pela catraca.

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