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É preciso estar atento e forte: a má notícia é que as coisas mudam. Calma, a boa notícia é que as coisas mudam.
No meio disso tudo, eu escrevo...

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Carta à minha vida que já começou

Não me serve a burguesia desenfreada nem tampouco a boêmia desmedida (se aqui eu não estou criando um paradoxo).
O mesmo Direito que é mecanismo para lutar pelo que acredito, é faculdade de dissimular e sobrepor interesses. É burocracia e frieza. Análise sem compaixão. Não sei bem se cabe ser classificado como "humanas".
E aí eu sei que não vou fazer concurso, trabalhar e ir pra casa satisfeita ou acomodada com um emprego público, uma grana boa e mil angústias no coração.
Quero ser "humana, demasiada humana", se assim posso dizer.
Quero viver da instabilidade enquanto puder. Nem que seja por pouco tempo.
Quero me embriagar nas cores dos palcos, dos figurinos, e das pessoas com todas as suas singularidades.
Quero a companhia de artistas e simpatizantes da vida.
Quero me embrenhar no mundo e visitar os universos particulares; mergulhar no que tem de externo e interno ao universo das pessoas.
Não quero viver de desapegar-me de tudo, contudo não quero me apegar as coisas todas.
Quero ser de corpo e mente livre; mas ainda com moradas aqui ou ali, onde a memória e a saudade possam descansar.
Tenho minhas esperanças, mas mantenho imenso apreço pela sinceridade, o que me deixa na corda-bamba entre sonhar e sofrer.
E aí eu concluo sem muito concluir além disso: meu fado é ser equilibrista na vida.

E acrescento uma nota de rodapé, dizendo que tenho fé que o querer é uma porta que se abre para os infinitos tramites da vida.

No PS, fica o conselho de Saramago:
"A vida é breve, mas cabe nela muito mais do que somos capazes de viver."

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