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É preciso estar atento e forte: a má notícia é que as coisas mudam. Calma, a boa notícia é que as coisas mudam.
No meio disso tudo, eu escrevo...

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Do ônibus, numa quarta-feira fria

O céu branco cobria a cidade e clareava a alma das pessoas que debaixo dele viviam, dissolvendo a rigidez do cotidiano e permitindo a elas sentir. Isso ou aquilo, qualquer coisa enfim, qualquer coisa assim, que não se ousa sentir numa quarta-feira à tarde; afinal a vida tem que andar...
As nuvens formavam-se como leite, cremoso e de repente vaporizado.
Misturavam-se as pequenas e de contorno nítido com as disformes que se espalhavam em cauda branca e suave.
A luz pálida envolvia um misto de serenidade e tristeza, de hoje é dia de pensar, e pensar nas lágrimas que não deixamos escorrer na correria do dia.
Era o platinado do céu invadindo o panorama prateado: as almas das pessoas dos prédios estavam leves, como que se soltando do concreto, e se preparavam para ao longo daquele dia arderem pratas até descorarem.
E o dia seguinte irá colorí-las novamente, amém.