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É preciso estar atento e forte: a má notícia é que as coisas mudam. Calma, a boa notícia é que as coisas mudam.
No meio disso tudo, eu escrevo...

domingo, 9 de maio de 2010

You care.


 Ela tira as roupas do corpo. 
Ele se sente atraído, como ela planejava.
Pendura a blusa sem tirar os olhos da figura dele, e começa a vestir 
o seu kimono. De tecido luxuoso, fino, vermelho com pequenos bordados
 japoneses no mesmo tom...Aah como ele não notou quando ela o pôs 
pela primeira vez? Ela comprou pensando se seria fácil tirar todo aquele 
tecido com a boca.
Esperou o dia inteiro para ver sua reação quando chegasse em casa,
mas naquele dia eles só trocaram um boa a noite e informações 
sobre a tv a cabo.
Então ali estava ela, cobrindo seu corpo nu com o kimono vermelho.
Ele não entendeu pra que se cobrir se em questão de minutos estaria
sem roupa de novo, mas aquele roupao realmente caia muito bem nela...
Ela se aproxima com uma cara queimando tentação, movimentos 
inspirando roupas jogadas no canto da cama na manha seguinte...
Ah como ele gosta desse fogo que ela tem!
Mas subitamente ela muda de direção. O que está fazendo? Caminhando 
para a porta; esqueceu alguma coisa?
Ela deixa o cômodo, mas antes voltando a cabeça para dentro: "Sugiro
que não olhe pela janela nos próximos minutos." E sorrindo, como se
brincasse com o labirinto das ideias dele, deixa a porta entreaberta
e sai em direção à rua, vestida só de seu kimono, que insiste em cair-lhe
dos ombros, pro desespero dele. 
Claro que olharia pela janela. Que mente perversa, a dela! Esta lá,
sentada em frente ao prédio, semi-nua e fumando um cigarro,
como se nada de extraordinário acontecesse. 
Ele bate no vidro algumas vezes para chamar a sua atenção, 
tem que esperar impacientemente até ela parar de obsevar
o movimento e mirar olhar para sua pequena janela. 
Faz um sinal para que ela suba, acabe com essa maluquice!
A rua é perigosa...Segure esse tecido que cai de seus ombros! 
Ah, o desejo arde pelo corpo dela, que esta lá fora, tão exposto 
aos olhos dos outros homens... Ele volta a insistir, e assiste a figura
dela rindo , debochando do desespero dele.
Ela se diverte com os sentimentos que provoca nele...
Que criatura extravagante! 
De fato, tal personalidade é tão magnética que faria com que nações
declarassem guerra... Cleópatra explosiva! 
Lá vai ele atras dela, descendo as escadas pensando em como foi se
envolver com tão imponente criatura... Ah, lá esta ela, bem na porta,
ajeitando-se sentada no muro da entrada e soltando um sorriso ao o ver.
Ele suspira, cedendo: "Não posso comer toda aquela comida chinesa
 sozinho". 
Ela envolve seu pescoço com os braços, aproximando as suas cinturas.
"Da próxima, não elogie apenas meu kimono, mas meu cabelo 
desarrumado também." 
Sobem abraçados as escadas de volta para o apartamento.
"E não temos comida chinesa."
Ele, satisfeito, lembra:"Eu estava blefando."

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